O Tesouro Nacional brasileiro está liderando uma iniciativa ousada para fomentar a participação do capital estrangeiro em projetos de transição ecológica no Brasil. Através do programa Eco Invest Brasil, o Tesouro lançou uma nova linha de financiamento com taxas subsidiadas de apenas 1% ao ano, destinada a apoiar atividades econômicas que promovam a transformação ecológica e a descarbonização.
Esta linha de crédito, chamada "Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial", espera oferecer entre R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões, com o potencial de impulsionar mais de R$ 50 bilhões de capital privado em um período de dois a três anos. O leilão exige que os bancos apresentem propostas que garantam a maior participação de capital privado, com uma alavancagem mínima de seis vezes o valor financiado pelo Tesouro, o que significa que para cada R$ 100 milhões da linha, o banco deve comprometer R$ 600 milhões.
O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, destacou que este é um grande teste para o novo modelo de atração de financiamento externo para o Brasil, representando a maior iniciativa entre os países emergentes para criar um ambiente favorável ao investimento na transição ecológica. O programa já é apoiado por instituições internacionais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial.
A estratégia do Tesouro envolve não apenas as linhas de crédito dos bancos oficiais como o BNDES, mas também a promoção do mercado de capitais através de debêntures incentivadas. O objetivo é que esses canais financeiros atuem de forma complementar e integrada, diferentemente de abordagens passadas onde o Estado tentava fazer tudo sozinho ou deixava tudo a cargo do mercado privado.
Para garantir uma distribuição equitativa e evitar monopolização, cada instituição financeira pode levar até 25% do valor total disponível no leilão, assegurando um mínimo de quatro vencedores. O Tesouro manterá em segredo o montante total que está disposto a financiar, para aumentar a competitividade do leilão.
Além disso, está prevista a realização de leilões temáticos anuais para direcionar o financiamento a áreas específicas que necessitam de maior apoio dentro do plano de transformação ecológica do governo. Tais medidas incluem o financiamento de projetos para a construção de plantas de hidrogênio verde e biocombustíveis, bem como a recuperação de áreas degradadas.
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Este programa faz parte de uma série de iniciativas que o governo pretende lançar até o final do ano para fortalecer a estrutura de financiamento da transição ecológica no Brasil. Com isso, o Tesouro Nacional espera não apenas fomentar o desenvolvimento sustentável, mas também promover um modelo econômico mais resiliente e diversificado.