Os investidores que apostam na contínua alta das ações de gigantes da tecnologia nos Estados Unidos podem enfrentar desafios, segundo estrategistas do Bank of America (BofA). Com a recuperação de outros setores, as ações de valor ("value") podem superar as de crescimento ("growth"), como as de tecnologia, trazendo dificuldades para os investidores.
Michael Hartnett e Elias Galou, estrategistas do BofA, apontam que a melhora na amplitude do mercado pode resultar em uma “negociação dolorosa” para aqueles que dependem das ações de tecnologia para impulsionar o rali do mercado. Além disso, possíveis quedas nas ações americanas e um aumento nos spreads de títulos com grau de investimento são outras preocupações no horizonte.
O BofA adotou uma postura mais neutra em relação à recuperação que elevou o índice S&P 500 a um recorde este ano, após uma visão pessimista em 2023. O crescimento foi amplamente liderado pelas ações de tecnologia de megacapitalização, impulsionadas por um forte relatório de lucros da Nvidia. Dados da corretora Goldman Sachs Group mostram que a exposição dos fundos hedge às Big Techs atingiu um recorde histórico.
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Apesar disso, o índice de valor dentro do S&P 500 subiu menos de 4% este ano, em comparação com um rali de 15% no índice de crescimento. O índice "equal-weight" do S&P 500, que reduz o impacto das megacaps de tecnologia, está no nível mais baixo desde 2009 em relação ao índice de referência, conforme dados compilados pela Bloomberg.