Os mercados emergentes, especialmente na América Latina, estão sendo apontados como chave para o futuro dos investimentos globais. Executivos de bancos e instituições financeiras discutiram esse potencial durante o FII Priority Summit, evento internacional de líderes realizado nesta quarta-feira (12) no Rio de Janeiro.
John Greenwood, diretor administrativo do Goldman Sachs, destacou que a América Latina está na vanguarda da transição energética. "A transição energética não é algo novo para o Brasil, o país está na vanguarda disso. Na região, a média de descarbonização da matriz energética é maior do que no resto do mundo. Isso significa eletricidade verde, mas também redução de emissões", afirmou Greenwood durante o painel sobre investimentos em mercados emergentes.
Ele também enfatizou a importância da região no mercado de commodities, especialmente pelos "metais críticos" necessários para a eletrificação de frotas e descarbonização. "Se estamos falando de transição energética, a América Latina está nessa liderança. Muitos países têm metas de carbono zero até 2030-2040 e eles não vão conseguir fazer isso sozinhos, vão precisar de créditos de carbono que existem aqui", completou.
Michael Hasenstab, vice-presidente executivo e diretor de investimentos da Templeton Global Macro, comentou sobre a percepção limitada dos investidores sobre os mercados emergentes. "Os investidores muitas vezes resumem os mercados emergentes à China. Isso não é verdade, a China tem uma influência, mas não é tudo. Lugares como Índia, Brasil, México, Vietnã são exemplos proeminentes", destacou Hasenstab.
Jerry Todd, diretor de desenvolvimento nacional do Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, apontou setores atrativos nos mercados emergentes, como infraestrutura, digitalização, automação, manufatura e energias verdes. Para ele, gerar confiança é essencial para atrair investidores. "É preciso falar com clareza", disse Todd.
Alexandre Saigh, co-fundador e diretor-presidente do Patria Investments, destacou o crescimento acelerado das economias emergentes. "Em 25 anos, acho que teremos grandes resultados dos países em que investimos, como Brasil, Peru, Chile e México", projetou Saigh.
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David Velez, fundador e diretor-presidente do Nubank, também vê um enorme potencial nos mercados emergentes, especialmente em países como México e Indonésia. "Nesses países ainda há muita gente para ser incluída [no sistema bancário], e o único mercado de crédito que existe é com juros altíssimos", observou Vélez. "Quando você formaliza essa parcela da população sem acesso aos serviços bancários, você acaba criando uma entrada importante que nos permite, enquanto empresas, oferecermos crédito", concluiu.