Os Treasuries, títulos do Tesouro americano, estão em recuperação, com a queda nas taxas exigidas pelos investidores para comprá-los. Apesar disso, um importante indicador do mercado de renda fixa dos EUA sugere que o Federal Reserve (Fed) tem espaço limitado para cortar juros. A melhora nos títulos é alimentada por sinais de que a inflação e o mercado de trabalho estão esfriando, o que leva o mercado a apostar em possíveis cortes de juros já em setembro. O rendimento da T-note de dois anos, por exemplo, caiu 30 pontos-base desde o final de abril.
Entretanto, o mercado estima a taxa de juros neutra – o nível teórico que não estimula nem retarda o crescimento – em um patamar mais alto do que o último relatório trimestral de projeções do Fed. Segundo Troy Ludtka, economista sênior da SMBC Nikko Securities, a desaceleração econômica implicará menos cortes de juros e taxas mais altas na próxima década em comparação com os últimos dez anos. A taxa de longo prazo implícita no swap de juros de cinco anos para os próximos cinco anos (OIS forward swap 5Y5Y) está em 3,6%, acima da estimativa do Fed de 2,75%.
Este cenário indica que há um limite para o quanto as taxas dos Treasuries podem cair, limitando o potencial de valorização dos títulos. Mesmo com o otimismo crescente entre os investidores, que reduziu as perdas dos Treasuries de 3,4% para apenas 0,3% no ano até a última sexta-feira, a precificação de uma taxa neutra mais alta sugere que a atual taxa básica do Fed, acima de 5%, pode não ser tão restritiva quanto se imagina.
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Bob Elliott, CEO e diretor de investimentos da Unlimited Funds, observa que a desaceleração econômica tem sido gradual, indicando uma taxa neutra significativamente mais elevada. Com as condições econômicas atuais e os prêmios de risco limitados nos títulos de longo prazo, ele sugere que investir em renda fixa de curtíssimo prazo é mais vantajoso do que nos Treasuries de longo prazo.