O anúncio do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a nova meta de resultado primário para 2025, estabelecida em 0% do PIB, provocou uma forte reação negativa nos mercados financeiros brasileiros. O ajuste na meta, anteriormente prevista em 0,5% do PIB, intensificou as preocupações com o risco fiscal, resultando em uma disparada do dólar e dos juros futuros, além de uma queda significativa na bolsa de valores.
Impacto nos Mercados Financeiros
Às 14h30, o dólar apresentava uma alta expressiva de 1,70%, negociado a R$ 5,2084, alcançando picos de R$ 5,2149 durante a sessão. Simultaneamente, a curva de juros também mostrava uma escalada preocupante, com a taxa do DI para janeiro de 2027 subindo de 10,53% para 10,76%, e a taxa para janeiro de 2029 avançando de 11,08% para 11,32%.
Reações no Ibovespa
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, também sentiu o impacto negativo da notícia. Apesar de um início de sessão relativamente estável, sustentado pelas ações de commodities, o índice desacelerou e atingiu novas mínimas intradiárias. No momento citado, o Ibovespa registrava uma queda de 0,59%, situando-se em 125.200 pontos. Mesmo com a valorização de ações importantes como Vale ON, que subiu 1,05%, e Gerdau PN, com um aumento de 3,68%, o índice não conseguiu manter-se estável.
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O índice de small caps, composto por ações geralmente mais sensíveis às oscilações de juros, enfrentou uma forte desvalorização, com uma queda de 2,04%. Esse movimento evidencia o aumento da aversão ao risco por parte dos investidores, especialmente em ativos mais vulneráveis a mudanças no cenário econômico nacional.
Este anúncio reflete não apenas nas expectativas de mercado mas também na confiança dos investidores quanto à gestão fiscal do país. A decisão de buscar um déficit zero pode ser vista como uma medida de austeridade, mas também levanta dúvidas sobre a viabilidade e os impactos dessa política no crescimento econômico no médio e longo prazo.