Mudança de cenário e expectativas para ativos locais
A virada do ano trouxe uma continuidade no otimismo dos mercados financeiros, especialmente no Brasil. A mudança de postura do Federal Reserve, sinalizando uma trajetória de juros mais baixos, impulsionou o interesse por ativos locais e minimizou preocupações com riscos externos. Esse cenário otimista se sustenta na melhora das expectativas para a economia global e na performance recente dos mercados, com destaque para a apreciação do real e o aumento do Ibovespa. No entanto, a sustentabilidade desse otimismo enfrenta questionamentos sobre a precificação de riscos e a influência de fatores externos e fiscais locais.
Perspectivas dos especialistas do mercado
Analistas como Júlio Fernandes, da XP Asset Management, e Marco Freire, da Kinea Investimentos, compartilham uma visão positiva para o real e outros ativos cíclicos, apoiados por um ambiente global favorável e melhoras nas contas externas do Brasil. No entanto, há cautela quanto ao mercado de juros, refletindo uma precificação próxima das expectativas atuais e uma atenção redobrada à questão fiscal brasileira. A XP Asset, por exemplo, reduziu a exposição ao mercado de juros, mantendo o foco em títulos indexados à inflação de médio prazo.
Apesar do otimismo geral, os especialistas alertam para os riscos que ainda rondam os mercados. Entre eles, a questão fiscal brasileira se destaca, com debates sobre o impacto das medidas arrecadatórias e a efetividade do controle de déficits. A questão fiscal, somada a possíveis mudanças no cenário político e econômico internacional, especialmente com as eleições presidenciais nos Estados Unidos, representa uma incógnita que pode afetar a trajetória dos ativos brasileiros. Adicionalmente, o desempenho da economia global e a evolução da política monetária em países-chave continuam como fatores críticos para o futuro dos mercados.
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