Nesta quinta-feira, os olhos do mercado financeiro global estão voltados para a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos referente ao mês de janeiro. Este indicador, considerado o termômetro de inflação preferido pelo Federal Reserve (Fed), tem o poder de influenciar diretamente as expectativas em relação à política monetária americana, impactando assim os juros, as bolsas de valores e o câmbio tanto local quanto internacional.
Economistas consultados pelo "The Wall Street Journal" projetam que o PCE cheio apresente um avanço de 0,3% em relação a dezembro, enquanto o núcleo do índice, que exclui os preços de alimentos e energia por serem mais voláteis, deve registrar alta de 0,4%. Uma surpresa positiva, com números abaixo do esperado, poderia ser interpretada como um sinal de inflação mais controlada, aumentando a confiança de que o Fed possa ser menos rigoroso na manutenção dos juros elevados. Por outro lado, números acima das expectativas poderiam indicar a necessidade de uma postura mais conservadora por parte do Fed, possivelmente atrasando o esperado relaxamento monetário.
Atualmente, o mercado financeiro antecipa com maior probabilidade que o início do corte de juros nos Estados Unidos ocorra em junho, baseando-se nas análises dos futuros dos Fed Funds, conforme dados do CME Group.
Diante da iminente divulgação do PCE, os ativos financeiros iniciaram o dia com cautela. Os rendimentos dos Treasuries, títulos do governo americano, apresentam alta, enquanto os futuros das bolsas americanas operam em queda e o índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de moedas, mostra leve recuo.
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Além do PCE, declarações de dirigentes do Fed programadas para hoje, após a divulgação do índice, também estão sob escrutínio. Outros indicadores econômicos americanos, como os pedidos semanais de seguro-desemprego e o índice de gerentes de compras (PMI) de Chicago para fevereiro, complementam o radar dos investidores.
No Brasil, a atenção se volta para a divulgação do fluxo cambial semanal e para as repercussões da medida provisória que desonera a folha de pagamentos de 17 setores intensivos em mão de obra, uma decisão que excluiu as prefeituras e gerou críticas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Em um dia repleto de eventos capazes de definir os rumos do mercado, investidores e analistas permanecem em estado de alerta, aguardando os desdobramentos que podem redefinir estratégias e expectativas em um cenário econômico global ainda repleto de incertezas.