O Ibovespa registrou uma queda expressiva nos primeiros negócios desta terça-feira, alcançando os níveis mais baixos do ano, em meio a um cenário de estresse generalizado nos mercados financeiros. A influência de fatores externos combinada com um aumento na percepção de risco doméstico contribuiu para o pessimismo entre os investidores.
Às 10h35, o principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 0,91%, marcando 124.191 pontos. Este nível reflete um forte recuo desde a máxima intradiária de 125.316 pontos até a mínima de 124.175 pontos. O volume financeiro projetado para o dia indicava movimentações significativas, totalizando R$ 21,99 bilhões.
Impacto dos Juros e do Dólar
O cenário interno foi marcado por uma disparada nos juros futuros, com os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentando aumentos em torno de 20 pontos-base logo no início do dia. Esta alta dos juros impactou negativamente as ações sensíveis a flutuações na taxa, com destaque para as quedas acentuadas em empresas como Magazine Luiza ON, que recuava 3,92%, e Carrefour ON, com queda de 3,57%.
Além disso, a valorização do dólar comercial frente ao real exacerbou as perdas, afetando negativamente as ações de empresas como Azul PN e CVC ON, que registravam quedas de 4,30% e 4,49%, respectivamente.
Commodities em Declínio
No âmbito das commodities, o cenário também foi desfavorável. O preço do minério de ferro registrou uma queda de 1,5% na bolsa de Dalian, enquanto os dados econômicos da China frustraram as expectativas do mercado. Apesar de um crescimento surpreendente no PIB do primeiro trimestre, os aumentos menos expressivos do que o esperado nas vendas no varejo e na produção industrial de março contribuíram para um sentimento negativo.
Empresas brasileiras com grande dependência das commodities, como Vale ON, Gerdau PN, CSN ON e Usiminas PNA, foram particularmente impactadas, com quedas significativas em suas cotações.
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O dia foi marcado por uma combinação de fatores adversos que levaram o Ibovespa às suas mínimas anuais, refletindo a vulnerabilidade do mercado brasileiro a choques externos e internos. Investidores e analistas seguem monitorando de perto os desenvolvimentos econômicos globais e domésticos, buscando entender melhor as tendências que podem definir o rumo dos mercados nas próximas sessões.