O Goldman Sachs ajustou suas expectativas para a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) em resposta a recentes dados de inflação que superaram as previsões. A instituição financeira agora antecipa que o primeiro corte de juros pelo BCE ocorrerá em junho, e não mais em abril, como previsto anteriormente. Esta revisão foi motivada por surpresas altistas nos índices de preços ao consumidor (CPI) preliminares de fevereiro, conforme detalhado pelos economistas Christian Schnittker, Sven Jari Stehn e Alexandre Stott.
A expectativa de uma inflação mais baixa, que poderia redefinir o cenário para cortes de juros já em abril, foi abalada por dados consecutivamente mais altos do que o esperado no núcleo da inflação nos meses de janeiro e fevereiro. Esses resultados diminuíram a probabilidade de uma ação antecipada por parte do BCE.
Comentários recentes de autoridades do BCE, expressando uma preferência por aguardar mais dados que confirmem uma tendência de queda na inflação, reforçam a perspectiva de que os juros permanecerão inalterados na reunião de política monetária agendada para 7 de abril.
Apesar do adiamento na expectativa de cortes de juros, o Goldman Sachs mantém uma visão otimista de médio prazo, antecipando uma rápida desinflação à medida que os choques de oferta decorrentes da pandemia se dissipam. Com base nessa análise, o banco agora projeta que o BCE realizará cinco cortes de juros em 2024, um a menos do que a previsão anterior, e dois em 2025, aumentando a estimativa anterior para um total de sete ajustes de 0,25 ponto percentual cada, até atingir a taxa terminal de 2,25% no primeiro trimestre de 2025.
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A inflação subjacente, que exclui componentes voláteis como energia, alimentos e tabaco, registrou um aumento para 3,1%, desacelerando em relação aos 3,3% observados em janeiro, mas ainda acima das expectativas de mercado de 2,9%. Este indicador é particularmente relevante para o BCE, pois oferece uma visão mais estável das pressões inflacionárias na zona do euro.
Essa revisão nas projeções de política monetária pelo Goldman Sachs reflete a complexidade do cenário econômico atual na zona do euro, onde a inflação persistente desafia as expectativas e exige uma abordagem cautelosa por parte do BCE. Investidores e analistas continuarão monitorando de perto os próximos conjuntos de dados e comunicações do banco central para ajustar suas estratégias no ambiente financeiro em constante evolução.