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Drex: o que esperar da segunda fase de implementação do real digital?

Publicado em

28/6/2024

Drex: o que esperar da segunda fase de implementação do real digital?

Imagem:

Canva

O projeto Drex, que representa a moeda digital do Banco Central (BC) do Brasil, entrou na segunda fase de implementação. Esta etapa é crucial para que instituições financeiras possam testar a aplicabilidade da tecnologia em casos reais. Apesar disso, uma pesquisa do TecBan e Datafolha revelou que 82% da população ainda não conhece o Drex.

Na fase atual, empresas terão a oportunidade de explorar o impacto da tecnologia no sistema financeiro. Entretanto, para o público em geral, as mudanças práticas que o real digital trará ao cotidiano ainda não estão claras. Solange Parisoto, consultora da Sicredi, afirma que a sociedade precisa entender a diferença que o novo sistema trará, enquanto as instituições financeiras avançam nos testes.

Vito Castanha, gerente sênior do Santander, observa que o desconhecimento do Drex faz com que os brasileiros sejam mais desconfiados. Além da preocupação com a privacidade, a segurança das operações na economia tokenizada pode ser uma barreira para a adoção dos ativos digitais.

Para superar essas resistências, instituições financeiras e o BC enfrentarão dois desafios principais: consolidar uma plataforma funcional e eficiente para transacionar milhares de operações com segurança e desenvolver soluções relevantes em uma economia tokenizada. Solange destaca que o Drex deve transformar os serviços prestados ao usuário final, como permitir novas operações a partir da tokenização de bens.

O token, representação digital de ativos reais, permite fragmentar um bem em partes menores, facilitando o acesso a investimentos. O Drex pode transformar essa realidade ao criar um ecossistema financeiro para ativos digitalizados, onde instituições podem transacionar e registrar ativos em uma rede baseada em tecnologia blockchain.

Larissa Santos Moreira, do Itaú Unibanco, aponta que as novas gerações já têm familiaridade com a tokenização, especialmente por meio dos jogos eletrônicos. Castanha compara o impacto do Drex à transformação permitida pelos smartphones, destacando a possibilidade de liquidação instantânea de operações financeiras.

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Bruno Batavia, ex-gerente adjunto do Drex no BC e atual diretor de tecnologias emergentes na Valor Capital, afirma que o projeto representa uma nova trilha para o mercado financeiro global. Apesar de o Drex não ter como foco a criação de uma moeda global, ele pode facilitar a internacionalização de transações financeiras, desde que as redes de blockchain estejam interligadas.

João Gianvecchio, do Banco BV, explica que o blockchain pode facilitar transações internacionais se houver um sistema de taxação único para transações entre moedas. Contudo, ele ressalta que há desafios regulatórios, legais e de implementação que precisam ser superados para alcançar uma nova realidade global. Batavia conclui que, embora haja iniciativas para integrar sistemas de pagamentos domésticos ao Drex, ainda há muitos obstáculos para criar um ecossistema financeiro global interconectado.

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