Nesta quarta-feira, o dólar à vista abriu o mercado em queda, refletindo uma tendência global de desvalorização da moeda americana. Os investidores estão com as atenções voltadas para o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, previsto para as 12h (horário de Brasília), na Câmara dos Representantes, além da expectativa pelos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que serão divulgados às 10h15.
No início da sessão, por volta das 09h30, o dólar comercial era negociado com uma queda de 0,36%, cotado a R$ 4,9376. Simultaneamente, o contrato futuro da moeda americana para abril recuava 0,41%, a R$ 4,9475. Internacionalmente, o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos, apresentava uma depreciação de 0,18%, atingindo 103,610 pontos.
A principal questão que preocupa os investidores de câmbio é a previsão de quando o Fed iniciará o corte de juros. Nesse contexto, o depoimento trimestral de Jerome Powell ao Congresso americano ganha especial importância. Comentários mais assertivos por parte do presidente do Fed podem fortalecer o dólar globalmente, enquanto uma postura mais moderada poderia contribuir para a desvalorização da moeda.
Além do discurso de Powell, os dados sobre o emprego nos EUA podem ter um impacto significativo no mercado. Espera-se a criação de 150 mil vagas no setor privado em fevereiro, de acordo com uma pesquisa do "The Wall Street Journal" com economistas. Quanto ao número de vagas em aberto, a expectativa é de uma redução dos 9 milhões de postos não preenchidos registrados no final de dezembro, o que poderia aliviar as preocupações sobre pressões inflacionárias.
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Outro fator que pode influenciar positivamente o câmbio brasileiro é a indicação de novos cortes no compulsório bancário pela China, visando estimular a economia do país asiático.
Em um relatório sobre o cenário econômico, a XP mantém sua projeção de câmbio a R$ 4,70 por dólar ao final deste ano. Segundo o economista Rodolfo Margato, embora o ambiente global pressione o câmbio no curto prazo, a robustez do balanço de pagamentos do Brasil suporta uma tendência de apreciação da moeda nacional até o final do ano. Para 2025, a previsão é que o dólar alcance R$ 4,90, refletindo o diferencial de inflação entre Brasil e Estados Unidos.