O dólar comercial encerrou a sessão desta sexta-feira (10) em leve alta, refletindo a cautela dos investidores diante da divergência no Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e do cenário externo. Mesmo com a composição favorável do IPCA de abril, o temor sobre a política monetária persiste.
No fechamento, o dólar comercial fechou em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,1573, após oscilar entre R$ 5,1182 e R$ 5,1608 ao longo do dia. Na semana, o avanço da moeda americana foi de 1,73%. O euro comercial também teve alta, avançando 0,20% no dia, a R$ 5,5550, e 1,80% na semana.
Os investidores estão atentos ao mercado externo, onde o dólar apresentou força, penalizando moedas ligadas a commodities e à economia chinesa. A queda no sentimento do consumidor nos EUA e as expectativas de inflação mais altas aumentaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed) manterá os juros elevados por mais tempo, fortalecendo o dólar.
A expectativa é que um ajuste no prêmio de risco do câmbio ocorra após a ata do Copom, que será divulgada na terça-feira (14). Até lá, o mercado continuará monitorando o cenário externo. A barreira de R$ 5,15 foi quebrada, e analistas indicam cautela, recomendando a venda da moeda americana nesse patamar.
No entanto, há divergências sobre o futuro do real. Enquanto alguns analistas acreditam que a moeda brasileira pode se valorizar nos próximos dias, outros alertam para um cenário menos favorável, com a queda nos preços das commodities exportadas pela região, como petróleo, carvão e minério de ferro, impactando as moedas latino-americanas.
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A incerteza sobre o cenário político-econômico local também influencia as expectativas dos investidores. A divisão no Copom trouxe preocupações sobre a independência do Banco Central e pode afetar a valorização do real nos próximos dias.