Economistas apontam que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode ser pressionada nos próximos meses devido aos efeitos das recentes chuvas e alagamentos no Rio Grande do Sul.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) prevê que, se a situação no RS não se reverter, a inflação pode subir de 3,9% para 4% este ano, conforme explica o economista André Braz. Ele ressalta que os impactos climáticos podem ser duradouros, especialmente devido à demora na regeneração do solo, o que pode afetar o plantio e a colheita na região.
Braz destaca a importância do Sul na produção de leite, soja e arroz, sendo responsável por 70% da oferta nacional de arroz. O aumento nos custos de produção pode levar as pessoas a estoque de alimentos, não apenas no RS, mas em todo o país, o que poderia forçar um aumento nos preços.
Por outro lado, Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, acredita que não haverá uma aceleração significativa da inflação, pois a situação foi mais localizada. Ela compara com a greve dos caminhoneiros em 2018, que teve um impacto inflacionário mais amplo devido ao abastecimento afetado em todo o país.
Arnaldo Lima, economista da Polo Capital, destaca que o mercado e o Comitê de Política Monetária (Copom) devem monitorar de perto a situação no RS. Ele aponta que a tragédia climática pode resultar em mais gastos do governo, incluindo a renegociação da dívida. Lima também destaca que o choque de oferta pode impactar principalmente os preços de alimentos, que tiveram a segunda maior alta no IPCA em abril.
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A equipe de economistas do Santander, liderada por Ana Paula Vescovi, aumentou a estimativa de rastreamento do IPCA 2024 em 10 pontos-base para 3,4%, devido ao aumento nos preços de produtos frescos, proteínas e grãos no RS. Itens como cenouras, cebolas, batatas, tomates, aves, suínos, carne bovina, arroz, feijão, soja e milho têm potencial impacto na inflação para cima. A equipe continuará