A demanda por crédito das famílias brasileiras aumentou em maio, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A parcela de famílias endividadas subiu de 78,5% em abril para 78,8% em maio, ficando também acima dos 78,3% registrados em maio de 2023.
Apesar do aumento no endividamento, a CNC destacou que a utilização do cheque especial entre os tomadores de empréstimos caiu para 3,9%, a menor proporção desde o início da pesquisa em 2010. Isso indica que as famílias estão aproveitando as melhores condições de juros, resultado da trajetória de cortes na taxa básica de juros (Selic) iniciada pelo Banco Central em meados de 2023.
Por outro lado, a inadimplência permaneceu estável de abril para maio, com 28,6% dos endividados relatando dívidas em atraso, o mesmo percentual de abril e inferior aos 29,1% de maio de 2023. O número de inadimplentes que informaram não ter condição de quitar seus débitos foi de 12%, uma ligeira queda em relação a abril (12,1%), mas ainda superior aos 11,8% registrados em maio do ano passado.
José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, considerou positivo o fato de que mais pessoas estão endividadas, mas com redução no uso do cheque especial e estabilidade na inadimplência. "O avanço no mercado de trabalho, apontado na última Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também apurada pela CNC, revela uma maior parcela da população empregada e assalariada, e assim, com mais condições de arcar com seus pagamentos", afirmou Tadros.
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Tadros também mencionou que as projeções da CNC indicam que o endividamento deve continuar a aumentar, enquanto a inadimplência tende a se manter estável, com possibilidade de aumento apenas mais perto do fim do ano.