Em 2023, o mundo enfrentou um número recorde de catástrofes naturais, totalizando 332 eventos, dos quais 142 foram segurados, resultando em perdas econômicas de US$ 280 bilhões. O relatório anual da Swiss Re destaca um aumento preocupante na frequência dessas catástrofes, alimentado por condições climáticas extremas, que levou a perdas seguradas superiores a US$ 100 bilhões pelo quarto ano consecutivo.
As tempestades convectivas severas se destacaram como os eventos mais custosos, gerando perdas seguradas de US$ 64 bilhões. O estudo aponta um crescimento de 7,5% na frequência de eventos de gravidade média desde 1994, evidenciando a intensificação dos impactos climáticos.
Apesar da ausência de tempestades históricas comparáveis ao furacão Ian de 2022, as perdas globais por catástrofes naturais permaneceram elevadas. Jérôme Jean Haegeli, economista-chefe da Swiss Re, ressalta que o aumento dos custos em regiões vulneráveis e o aquecimento global devem agravar ainda mais as perdas futuras.
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Fred Knapp, CEO da Swiss Re Brasil, chama atenção para o "gap de proteção", a diferença entre as perdas econômicas totais e aquelas efetivamente seguradas, destacando o desafio da indústria em diminuir essa lacuna. Além disso, Knapp enfatiza a necessidade de evolução nos modelos de avaliação de riscos diante do cenário de mudanças climáticas contínuas.
O relatório também revela que o peso das perdas econômicas em relação ao PIB global duplicou nos últimos 30 anos, evidenciando a crescente importância de ajustar os modelos de riscos e promover a educação securitária. A indústria de seguros é incentivada a trabalhar conjuntamente em iniciativas que antecipem e mitiguem os impactos de futuras catástrofes.