A carteira dos grupos de consórcio atingiu a marca de R$ 105,7 bilhões em dezembro de 2023, representando um crescimento de 15,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. De dezembro de 2018 até dezembro de 2023, houve uma expansão nominal de 105,4%, equivalente a um crescimento real de 54,4%. Esses dados foram divulgados no Panorama do Sistema de Consórcios (PSC) pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira.
O segmento de bens imóveis registrou um crescimento de 17% no mesmo período, alcançando uma carteira de R$ 40,8 bilhões. Já os consórcios de veículos, incluindo veículos pesados, comerciais leves e motocicletas, cresceram 14,9%, passando de R$ 55,9 bilhões em dezembro de 2022 para R$ 64,2 bilhões em dezembro de 2023.
O relatório do Banco Central aponta uma tendência contínua de expansão no sistema de consórcios, destacando-o como uma importante modalidade de financiamento para a aquisição de bens e um relevante instrumento de inclusão financeira.
Em 2023, o número de cotas comercializadas aumentou 7%, chegando a 4,14 milhões. Houve expansão em quase todos os tipos de bens, com exceção dos "outros bens móveis duráveis", como eletrodomésticos, e serviços.
O volume de recursos a coletar dos consorciados ativos cresceu de R$ 398 bilhões para R$ 496,9 bilhões, um aumento de 24,9% entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023. Os recursos coletados no ano subiram 17,8%, atingindo R$ 101 bilhões.
O segmento de bens imóveis mostrou uma aceleração na tendência de elevação, com um aumento de 21,1% na quantidade de cotas ativas, totalizando 1,73 milhão. No caso dos automóveis, houve um aumento de 5,7%, chegando a 4,5 milhões de cotas em dezembro do ano passado. No segmento de motocicletas, o número de cotas ativas subiu 9,6%, alcançando 2,87 milhões. Para consórcios de veículos pesados, a alta foi de 20,2%, atingindo 781,8 mil cotas.
O documento também registrou uma "ligeira queda" nas cotas ativas para grupos de bens móveis duráveis, como eletroeletrônicos e eletrodomésticos, com uma redução de 1,4%, totalizando 282,5 mil cotas em dezembro de 2023. O segmento de serviços teve uma queda de 2,6% no número de cotas ativas, totalizando 187,7 mil.
O número de contemplações de cotas ativas aumentou 10,2% ao longo do ano, atingindo 1,58 milhão. Os segmentos com mais contemplações foram créditos de automóveis (42,6%), motocicletas (38,4%) e imóveis (6,5%).
Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul representam 54% das cotas de consorciados ativos no Brasil. Roraima (0,2%), Amapá (0,3%) e Acre (0,4%) são os estados com menor representação.
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A taxa de administração média aumentou 0,28 ponto percentual em relação a 2022, alcançando 17,95%. Também houve um aumento no prazo médio de 133 para 147 meses e no valor médio dos créditos, que subiu de R$ 59,3 mil para R$ 75,8 mil.
Por fim, o volume de recursos não procurados (RNP) aumentou 15% em 2023, chegando a R$ 1,93 bilhão, apesar da devolução de R$ 1,45 bilhão via Sistema de Valores a Receber (SVR), uma iniciativa do Banco Central para facilitar a devolução de valores esquecidos em bancos e consórcios.