Na sexta-feira (5), os mercados acionários da Europa fecharam o dia em baixa, impactados pelo relatório surpreendentemente positivo de empregos nos Estados Unidos e pelo agravamento das tensões geopolíticas no Oriente Médio. O relatório de "payroll", que indicou uma criação de vagas significativamente acima das expectativas em março, juntamente com declarações cautelosas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) no dia anterior, contribuiu para o pessimismo dos investidores quanto a um potencial corte de juros pela autoridade monetária americana em um futuro próximo.
O índice Stoxx 600 recuou 0,88%, registrando 506,32 pontos, o que marca seu menor fechamento em duas semanas. Em Frankfurt, o DAX caiu 1,24%, alcançando 18.175,04 pontos. O FTSE 100, da Bolsa de Londres, teve uma queda de 0,81%, fechando a 7.911,16 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, diminuiu 1,11%, terminando o dia em 8.061,31 pontos. No acumulado da semana, o Stoxx 600 apresentou uma desvalorização de 1,19%, com o DAX, o FTSE 100 e o CAC 40 apresentando quedas de 1,72%, 0,52% e 1,76%, respectivamente.
Chris Beauchamp, analista-chefe de mercado do IG, comentou sobre o desempenho robusto da economia americana refletido pelo relatório de empregos, o que, segundo ele, reduz a probabilidade de cortes nas taxas de juros pelo Fed. "Mais uma vez, a economia dos EUA demonstrou sua força geral”, disse Beauchamp. O relatório indicou a criação de 303 mil novas vagas de emprego em março, superando a previsão de 200 mil vagas esperadas pelo consenso de economistas consultados pelo "Wall Street Journal". A taxa de desemprego manteve-se estável, conforme o esperado, em 3,8%.
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Paralelamente, no cenário europeu, os dados de vendas no varejo da zona do euro, que registraram uma queda de 0,5% em fevereiro, alinharam-se às expectativas do mercado. Em meio às notícias corporativas, a Ocado foi uma das ações que mais chamaram a atenção, com uma desvalorização superior a 8% na Bolsa de Londres. A queda ocorreu após o anúncio de que o presidente da varejista online de produtos alimentícios deixará o cargo no próximo ano.
Esse cenário de incertezas econômicas e geopolíticas reforça a volatilidade dos mercados, com investidores reavaliando constantemente suas expectativas diante dos desafios que se apresentam tanto no cenário interno quanto no internacional.