Wall Street teve um dia de realização de lucros, com a Nasdaq liderando as quedas, recuando mais de 2,5%. Esse movimento foi influenciado por notícias de que a administração Biden está considerando implementar regras ainda mais restritivas para exportações de alta tecnologia de semicondutores para a China. Adicionalmente, uma entrevista do candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, na qual criticou Taiwan e sugeriu que o país deveria pagar aos EUA por sua defesa, ajudou a aumentar a tensão no mercado.
As principais empresas de tecnologia foram impactadas negativamente pelo temor de interrupção no abastecimento de chips e um possível acirramento das relações comerciais entre China e EUA. Às 13h25, a ASML de Taiwan liderava as perdas, caindo 11,6%, seguida pela Nvidia com queda de 6,33%, e a Apple, que recuou 2,71%. Outras gigantes também sofreram: Amazon perdeu 3,4%, Microsoft caiu 2%, Meta recuou 4,54%, Alphabet desvalorizou 1,75% e Tesla caiu 3,29%.
Nesse mesmo horário, a Nasdaq caía 2,69%, atingindo 18.009,73 pontos, enquanto o S&P 500 recuava 1,31%, para 5.593,45 pontos. O Dow Jones, sustentado por small caps, tinha uma ligeira alta de 0,52%, alcançando 41.167,66 pontos.
Os comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed) durante eventos no dia não ajudaram a estabilizar as bolsas e mantiveram os rendimentos dos Treasuries voláteis. O diretor do Fed, Christopher Waller, indicou que a hora de iniciar o afrouxamento monetário está próxima, mas que são necessárias mais evidências de que a inflação está recuando para 2% de forma sustentável. John Williams, presidente do Fed de Nova York, também mencionou a necessidade de mais dados antes de iniciar cortes nas taxas, praticamente descartando um corte na reunião de julho.
Às 13h25, a taxa da T-note de 2 anos subia para 4,461%, de 4,426% no fechamento anterior, enquanto a T-note de 10 anos recuava ligeiramente para 4,165%, de 4,163%. O yield do título de 30 anos também caía para 4,369%, de 4,375% no dia anterior. O índice DXY, que mede a relação do dólar com uma cesta de seis moedas, recuava 0,44%, para 103,81 pontos, seu menor nível desde março.
O dólar sofreu ainda com a apreciação do euro e da libra esterlina, devido a um ligeiro repique na inflação que reduziu as expectativas de uma redução nos juros do Banco da Inglaterra (BoE) na próxima semana. O Banco Central Europeu (BCE) divulgará sua decisão de política monetária amanhã, com expectativa majoritária de manutenção dos juros. No Reino Unido, a chance de um corte foi reduzida, fazendo com que o yield do gilt de 10 anos subisse para 4,079%, de 4,053%. A libra avançava 0,22%, para US$ 1,30058, e o euro subia 0,23%, para US$ 1,092.
Jonas Goltermann, economista da Capital Economics, comentou que uma intervenção do Japão para apoiar o iene não seria suficiente por si só para uma recuperação sustentada da moeda. No entanto, com o Fed se aproximando de seu primeiro corte de taxa e o Banco do Japão (BoJ) apertando gradualmente sua política, ele acredita que a maré está virando a favor do iene.
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Mais cedo, Masato Kanda, vice-ministro de Finanças do Japão, afirmou em entrevista que não há limites para intervenções no mercado de câmbio japonês, indicando que o governo está preparado para agir contra flutuações excessivas do iene causadas por especulação.