Os bancos elevaram suas projeções para o crescimento da carteira de crédito em 2024, de 8,8% para 9,3%, conforme revelado pela Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. Essa revisão positiva ocorreu mesmo após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que reduziu o corte de juros de 0,5 para 0,25 ponto percentual, deixando incertezas sobre os próximos passos.
Detalhes das Projeções
Para o crédito direcionado, a projeção dos bancos subiu de 9,9% para 10,1% neste ano. No segmento de crédito livre, a previsão aumentou de 8,5% para 8,6%. Além disso, a taxa de inadimplência da carteira livre mostrou uma leve melhora, com a projeção caindo de 4,5% para 4,4% para 2024.
Perspectivas para 2025
A pesquisa também revelou expectativas para 2025, onde a projeção de crescimento da carteira total de crédito manteve-se estável em 8,9%. Houve, porém, uma revisão para cima na carteira com recursos direcionados, de 8,9% para 9,1%, enquanto a previsão para a carteira com recursos livres teve um pequeno recuo, de 8,9% para 8,7%.
Análise da Febraban
Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban, comentou sobre os resultados: "A pesquisa captou uma melhora nas projeções para o crescimento do crédito em 2024, na linha dos números relativamente positivos que temos visto na economia e no mercado de crédito neste início de ano. Contudo, nota-se que esta melhora foi concentrada nas carteiras com recursos direcionados, mais sensíveis às políticas públicas. Por outro lado, o desempenho esperado para o crédito livre ficou relativamente estável, provavelmente num sinal de cautela em relação à piora recente do ambiente econômico".
Expectativas para a Selic
Os participantes da pesquisa da Febraban mostraram-se divididos quanto à taxa Selic no fim do ano. A maioria (61,1%) acredita que ainda há algum espaço para queda adicional dos juros, embora limitado, com a Selic provavelmente encerrando o ano ainda em dois dígitos.
Motivos para Expectativas de Inflação
Questionados sobre os fatores destacados na ata do Copom que mais influenciam para que as expectativas de inflação não estejam ancoradas, 44% dos respondentes apontaram para a "percepção sobre o compromisso do Banco Central com o atingimento da meta de inflação ao longo dos anos".
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Apesar das incertezas econômicas e das recentes mudanças na política monetária, os bancos mantêm uma perspectiva otimista para o crescimento do crédito em 2024. O mercado segue atento às decisões do Banco Central e às condições econômicas, que influenciarão o desempenho do crédito e as expectativas de inflação nos próximos anos.