O Banco Central (BC) publicou um estudo indicando uma redução na concentração dos mercados de credenciamento e emissão de cartões de crédito, impulsionada pela entrada de novos participantes. As informações foram divulgadas no Relatório de Economia Bancária nesta segunda-feira.
Entre o primeiro trimestre de 2018 e o terceiro trimestre de 2023, o mercado de credenciamento de cartões de débito e crédito, conhecido popularmente como "maquininhas", passou de um nível alto para um patamar moderado de concentração. O estudo destaca que a participação de mercado das quatro maiores credenciadoras – Rede, Cielo, GetNet e Stone – caiu de 84,8% para 72,7% entre o primeiro trimestre de 2019 e o terceiro de 2023.
O avanço das credenciadoras entrantes e independentes, como Stone e PagSeguro, contribuiu significativamente para essa desconcentração. Além disso, o número de competidores no mercado de credenciamento aumentou de dois em 2010 para mais de 25 em 2023, ampliando o atendimento a pequenos lojistas e incluindo micros e pequenos empreendedores em novos relacionamentos bancários. Entre o primeiro trimestre de 2020 e o terceiro de 2023, o número de estabelecimentos comerciais ativos subiu 107%.
No mercado de emissores de cartões de crédito, a desconcentração também foi notável. De 2018 ao terceiro trimestre de 2023, a participação dos quatro maiores emissores – Itaú Unibanco, Nubank, Banco do Brasil e Bradesco – caiu de 79,4% para 61%. A participação de prestadores não financeiros de serviços de pagamentos aumentou de 0,78% para 13,7%.
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As medidas adotadas pelo BC para eliminar barreiras à entrada e equilibrar as condições competitivas foram citadas como fatores-chave para esse cenário. O estudo também mencionou a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de eliminar a exclusividade entre as credenciadoras Visanet e Redecard com as bandeiras Visa e Mastercard em 2010 e o marco regulatório de 2013, que estimularam a competição na indústria de cartões.
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