Investidores estrangeiros encerraram abril com retiradas líquidas históricas de R$ 11,36 bilhões no segmento secundário da B3, a bolsa de valores brasileira. Este montante negativo é o pior saldo mensal registrado desde agosto do ano anterior e o mais significativo para abril desde o início do monitoramento pelo Valor Data em 2006. Com isso, o total de vendas de ações por não residentes ultrapassou as compras em R$ 34,26 bilhões no acumulado de 2024.
A saída de capital estrangeiro tem sido uma constante desde o começo do ano, impulsionada pela perspectiva de um Federal Reserve (Fed) que mantém uma postura mais conservadora do que o esperado anteriormente. Inicialmente, esperava-se que o Fed realizasse entre seis e sete cortes de juros ao longo de 2024, mas as projeções foram ajustadas para apenas um ou dois cortes de 0,25 ponto percentual, previstos para o segundo semestre.
Essa expectativa de juros mais altos por um período prolongado nos Estados Unidos tem atraído investimentos para o país, considerado um refúgio seguro. Paralelamente, a incerteza fiscal no Brasil e as preocupações com seus impactos potenciais na política monetária local também têm afetado negativamente o apetite por ativos brasileiros.
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Um relatório recente do Bank of America (BofA), liderado por David Beker e Paula Andrea Soto, destacou que as preocupações com a situação fiscal do Brasil estão retornando, e os investidores estão cautelosos devido à falta de gatilhos positivos no curto prazo. Além disso, a hesitação do Fed em iniciar um ciclo de flexibilização monetária, devido à incerteza sobre a desaceleração da inflação, também contribui para o cenário atual.
Enquanto isso, os investidores institucionais apresentaram um superávit de R$ 4,69 bilhões em abril, e os investidores individuais também fecharam o mês no positivo, com um saldo de R$ 4,12 bilhões, elevando o superávit anual para R$ 16,77 bilhões.
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