Traders financeiros de Hong Kong a Dubai, passando pela África do Sul e Londres, foram impedidos de operar nesta sexta-feira devido a um apagão global de computadores. Equipes de grandes bancos, incluindo J.P. Morgan, Nomura e Bank of America, enfrentaram dificuldades para fazer login, com muitos encontrando a temida tela azul de erro do Windows. Na Haitong Securities, uma das mesas de operações ficou fora do ar por cerca de três horas. Na Noruega, a autoridade monetária teve que realizar um leilão de liquidez do sistema bancário via e-mail e telefone devido a problemas no sistema online.
A falha foi causada por uma atualização mal-sucedida de um programa de segurança cibernética da CrowdStrike, que afetou computadores utilizando o sistema operacional Windows, da Microsoft. O CEO da CrowdStrike, George Kurtz, afirmou que a falha foi identificada e corrigida, destacando que não se tratou de um ataque cibernético. O problema também afetou sistemas de saúde pública, companhias aéreas e corporações globais, como o McDonald's.
Monsur Hussain, chefe de pesquisa do setor financeiro na Fitch Ratings, comentou que a crescente dependência de terceiros nas instituições financeiras aumenta os riscos sistêmicos, apesar das economias de escala.
Os impactos foram baseados em entrevistas com fontes anônimas. O J.P. Morgan informou a alguns clientes que não foi capaz de processar certas negociações e, embora tenha utilizado um servidor reserva, muitos funcionários em Hong Kong trabalharam de casa. No Nomura, algumas mesas de operações foram afetadas, mas negociações foram desviadas para PCs funcionais. Hedge funds também enfrentaram problemas de conectividade e processamento, enquanto os terminais Bloomberg operavam normalmente.
A BlackRock foi impactada, mas depois informou que os sistemas afetados estavam se recuperando. Representantes do J.P. Morgan, Bank of America, Haitong, BlackRock e Nomura não quiseram comentar.
A Bolsa de Valores de Londres enfrentou problemas no sistema de publicação de comunicados ao mercado, essenciais para as notícias que afetam os preços das ações no Reino Unido. A Autoridade de Conduta Financeira do país afirmou estar ciente do problema e trabalhando com empresas afetadas.
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O Banco da Inglaterra (BoE) monitorou a situação e confirmou que seus sistemas não foram impactados. O Deutsche Bank relatou que seu portal de pesquisa foi afetado, atrasando a publicação de relatórios. A S&P Global também enfrentou problemas de serviço em várias plataformas globais, sem especificar os produtos ou serviços impactados.
O Banco Central Europeu (BCE) informou que não sofreu impacto direto e continua monitorando a situação, estando em contato com bancos que relataram incidentes cibernéticos.
