Lula Propõe Declaração Conjunta do Mercosul sobre Conflito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs, durante a cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro, uma declaração conjunta do bloco contra a escalada de tensões entre a Venezuela e a Guiana. A sugestão, apresentada na abertura do evento, que contou com a presença de presidentes e chanceleres dos países membros, visa evitar uma potencial guerra entre as duas nações. Lula enfatizou a importância de uma postura ativa do Mercosul frente ao aumento da preocupação com os desenvolvimentos recentes na questão de Essequibo.
A região de Essequibo, rica em petróleo, tem sido o foco de uma disputa territorial de quase 200 anos entre Venezuela e Guiana. A tensão se intensificou recentemente após a Venezuela realizar um referendo em 3 de dezembro, no qual 95% dos participantes votaram a favor da anexação do território. Este movimento foi seguido pela criação de um Estado na região, a Guiana Essequiba, e pela iniciativa da estatal petrolífera PDVSA de explorar petróleo na área.
Lula ressaltou que a América do Sul não precisa de guerra e destacou a necessidade de abordar a situação com cautela para manter a paz e a integração regional. O Brasil, representado por Lula, Vieira e Amorim, expressou preocupação com a possibilidade de um conflito militar na região e se ofereceu para sediar discussões adicionais sobre Essequibo.
EUA Anunciam Exercícios Militares Aéreos com Guiana
Em um contexto de crescente tensão, os Estados Unidos anunciaram a realização de exercícios militares aéreos com a Força de Defesa da Guiana. A embaixada americana na Guiana divulgou que o Comando Sul dos EUA conduzirá operações de voo no país, visando fortalecer a cooperação de segurança e a interoperabilidade regional. Este anúncio surge em um momento crítico, após o polêmico referendo venezuelano sobre Essequibo e as ações subsequentes do governo Maduro, incluindo propostas de exploração de petróleo pela PDVSA em áreas offshore.
O referendo realizado pela Venezuela gerou ceticismo entre observadores independentes, que questionam a autenticidade dos resultados e a participação declarada de 10,5 milhões de eleitores. A situação se agrava com a aprovação, pela Assembleia Nacional venezuelana, de uma lei criando o Estado da Guayana Essequiba, ampliando a tensão na região.