Criação de Fundo de R$ 270 Milhões
A Prefeitura do Rio de Janeiro, em colaboração com o governo estadual e a RioGaleão, anunciou a criação de um fundo significativo, totalizando R$ 270 milhões, com o intuito de fomentar o setor aeroportuário na cidade. Desta quantia, aproximadamente R$ 120 milhões serão provenientes dos cofres municipais e estaduais, enquanto os restantes R$ 150 milhões serão aportados pela RioGaleão, empresa que gerencia o Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão.
Esta iniciativa foi inicialmente reportada pelo jornal Valor em setembro, indicando o estudo do projeto pelas partes envolvidas. Segundo Chicão Bulhões, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, o principal objetivo do fundo é atrair companhias aéreas internacionais e promover o Rio de Janeiro como destino turístico. Bulhões destacou que o fundo é uma parceria com o governo estadual para tornar as companhias aéreas internacionais promotoras do 'destino Rio' em suas cidades e países de origem.
Impactos Econômicos e Operacionais
Os recursos do fundo incluirão também descontos tarifários para as companhias aéreas que operam no Galeão. Estima-se que essa medida possa gerar cerca de 684 mil empregos, além de contribuir com um acréscimo de R$ 50,6 bilhões ao PIB estadual na próxima década.
Este anúncio ocorre após a recente portaria do governo federal que limita o número anual de passageiros no Aeroporto Santos Dumont a 6,5 milhões. Esta decisão, apoiada por autoridades fluminenses, visa aumentar o fluxo de voos e passageiros no Galeão, que sofreu declínio durante a pandemia.
Alexandre Monteiro, presidente da RioGaleão, manifestou expectativas de alcançar 14 milhões de passageiros em 2024, um aumento de 77,2% em relação a 2023. Ele também destacou a adição de 24 novas rotas e 10 novos destinos entre setembro de 2023 e janeiro de 2024.
Em relação aos investimentos, a RioGaleão, controlada pela Changi de Cingapura, planeja investir R$ 110 milhões em 2024 para adaptar o terminal ao crescimento da demanda. Em 2023, a empresa investiu R$ 50 milhões na concessão.
A RioGaleão, que assumiu a administração do aeroporto em 2014, enfrentou desafios e chegou a solicitar a devolução da concessão em 2022 devido a desequilíbrios financeiros. Entretanto, com mudanças governamentais e orientações do Tribunal de Contas da União (TCU), a empresa expressou interesse em continuar operando o aeroporto.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, ressaltou a necessidade de reequilibrar os contratos de concessão dos aeroportos nacionais, considerando as altas outorgas pagas pelas concessionárias e as mudanças econômicas ocorridas desde a época das concessões.