Câmbio Doméstico Sobe, mas Pauta Econômica Influencia
O dólar teve uma sessão de altos e baixos no mercado doméstico, sustentando uma forte apreciação ao longo do dia, mas perdendo força na reta final. Ao encerrar o pregão no mercado à vista, registrou uma queda de apenas 0,07%, cotado a R$ 4,9144. O câmbio doméstico, apesar de ter mostrado uma valorização, acabou desempenhando menos que algumas moedas de países emergentes. A queda do dólar foi influenciada, em parte, pela derrubada do veto à desoneração da folha de pagamento, uma medida que esteve no centro das atenções dos agentes econômicos acompanhando as votações no Congresso Nacional.
O cenário externo também teve impacto significativo no comportamento do câmbio doméstico. A postura mais suave adotada pelo Federal Reserve (Fed) e a cautela do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central contribuíram para a procura por ativos de risco e uma queda na cotação do dólar. Enquanto o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas, registrava uma queda, o dólar no mercado doméstico se afastava das mínimas.
Efeitos da Dinâmica Econômica Interna
A dinâmica de fortalecimento do real frente ao dólar foi inicialmente impulsionada pelo discurso mais averso ao risco do Fed e pela postura cautelosa do Copom. No entanto, a derrubada do veto presidencial à desoneração da folha de pagamentos pelo Congresso Nacional gerou um movimento de correção, fazendo o real perder parte de sua força. Analistas observam que, apesar de indicadores econômicos mais fracos no Brasil, a postura mais conservadora do Copom contrasta com a discussão nos Estados Unidos sobre o momento certo para cortes de juros.
Estrategistas apontam que o câmbio brasileiro pode ser influenciado pela continuidade da política mais cautelosa do Banco Central brasileiro e pela mudança de política do Fed, que pode enfraquecer ainda mais o dólar. A busca pela estratégia do "carry trade" (diferencial de juros) pode beneficiar a moeda brasileira, e estrategistas mantêm posições que refletem essa perspectiva.
A sessão também foi marcada pela divulgação dos dados de fluxo cambial no Brasil, mostrando uma saída de capital no início de dezembro, embora menos intensa do que o esperado para este período do ano. O cenário internacional e os desdobramentos da pauta econômica no Congresso Nacional continuarão a moldar as tendências do câmbio brasileiro nas próximas semanas.