A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) manteve-se estável de outubro para novembro, variando levemente de 0,51% para 0,50%. No entanto, o índice revelou sinais de uma tendência ascendente na inflação de alimentos nos próximos meses, conforme análise de André Braz, economista responsável pelo indicador na FGV.
Aceleração no Setor de Alimentos
Os produtos de lavoura curta, como hortifrutigranjeiros, já estão mais caros devido às oscilações climáticas típicas do período. Paralelamente, há um aumento nos preços de commodities agropecuárias no atacado, como trigo, soja e milho, que, até recentemente, estavam em queda. Esses aumentos indicam possíveis altas nos preços de alimentos no varejo em breve.
Impacto no Varejo e Perspectivas Futuras
No varejo, já se observa uma aceleração dos preços dos alimentos. O Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI), que reflete a inflação sentida pelos consumidores, desacelerou graças à queda no preço da gasolina. Entretanto, a inflação dos alimentos no varejo acelerou, liderada pelos aumentos em hortaliças e legumes.
André Braz prevê que a alta nos preços das commodities agropecuárias levará eventualmente a aumentos nos preços dos alimentos no varejo. Apesar disso, ele não acredita que isso causará uma disparada nos índices dos IGPs, já que um novo recuo nos preços dos combustíveis é esperado até o fim do ano, o que poderia compensar os aumentos nos alimentos.
O petróleo, com preços em declínio, pode influenciar uma redução nos preços de derivados como gasolina e diesel. Isso seria relevante para os IGPs, considerando o peso significativo dos combustíveis na composição do índice. Assim, apesar da perspectiva de alimentos mais caros no atacado e no varejo, os IGPs podem exibir taxas menores se houver cortes nos preços dos combustíveis até o final do ano.