Sinais do Fed e Impacto nas Projeções
A recente decisão de política monetária do Federal Reserve enviou sinais que fortaleceram as expectativas de taxas de juros um pouco mais baixas nos EUA para o próximo ano. Esse cenário, combinado com melhorias na inflação local e a desaceleração econômica no Brasil, levou importantes participantes do mercado a ajustarem suas projeções para a taxa Selic ao final do ciclo de afrouxamento monetário.
O BNP Paribas reagiu reduzindo sua projeção para a Selic em 2024, de 9,5% para 8,5%. Gustavo Arruda e Laiz Carvalho, do BNP Paribas, apontam que um ambiente global mais favorável e a melhoria na inflação corrente podem permitir ao Banco Central brasileiro reduzir as taxas além das expectativas iniciais. Essa projeção está abaixo da média do Focus, que atualmente é de 9,25%.
Além das discussões sobre o nível final da Selic, alguns participantes do mercado antecipam uma possível aceleração nos cortes a curto prazo. Leonardo Costa, da ASA Investments, sugere que embora o Banco Central tenha reforçado a manutenção do ritmo atual, a possibilidade de aceleração ainda não está descartada, considerando a volatilidade das condições até a próxima reunião do Copom em janeiro.
Mercado de Opções e Possíveis Mudanças
O mercado de opções digitais de Copom reflete uma menor probabilidade de aceleração nos cortes em janeiro, com a chance de um corte de 0,75 ponto caindo de 25% para 14,5%. Segundo Leonardo Costa, novos dados de inflação no Brasil e nos EUA, juntamente com indicadores locais de atividade econômica, podem influenciar a trajetória da Selic.
O Citi sugere que, embora o comunicado do Copom indique a manutenção dos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, há uma crescente possibilidade de aumento no ritmo, especialmente se houver evidências de desaceleração do mercado de trabalho nos EUA no primeiro trimestre de 2024.
Várias instituições financeiras revisaram para baixo suas projeções para a Selic. Luciano Rostagno, do Mizuho, reduziu sua estimativa de 9,5% para 9%, enquanto o BTG Pactual, mantendo a projeção em 9,75%, reconhece um viés de baixa devido aos recentes eventos e às perspectivas internacionais.
Em resumo, as expectativas para a Selic refletem a sensibilidade do mercado a mudanças nos cenários global e local, com a possibilidade de ajustes na trajetória de cortes de acordo com os desenvolvimentos econômicos.
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