A América Latina, um dos focos do relatório Global Economic Prospects de janeiro de 2024, apresentou um crescimento moderado em 2023, estimado em 2,2%, o que representa aproximadamente metade da taxa de crescimento de 2022. Esse crescimento mais lento foi impactado por fatores como inflação elevada, condições financeiras apertadas, comércio fraco e eventos climáticos adversos, afetando o investimento e o crescimento da produção na região. No entanto, o crescimento regional em 2023 foi 0,7 ponto percentual maior do que as projeções anteriores, impulsionado principalmente por revisões ascendentes nas previsões de crescimento para as duas maiores economias da região, Brasil e México.
Inflação e Política Monetária
A inflação na região tem continuado a desacelerar, com exceção da Argentina. A inflação ao consumidor tem se aproximado das metas estabelecidas pelos bancos centrais, refletindo em parte a moderação dos preços da energia. A inflação do núcleo também tem moderado, mas ainda se encontra ligeiramente acima da inflação geral.
Projeções para 2024 e 2025
Para 2024, espera-se um ligeiro aumento no crescimento da América Latina, chegando a 2,3%, e um fortalecimento adicional para 2,5% em 2025. Isso se deve aos efeitos retardados do aperto monetário anterior, que continuarão a influenciar o crescimento no curto prazo, mas com potência decrescente. A inflação deve continuar a desacelerar, e espera-se que os bancos centrais continuem a reduzir as taxas de juros. O crescimento em 2024 na região deve refletir uma demanda externa mais forte.
Brasil e Outros Países-chave
- Brasil: A economia brasileira deve crescer 1,5% em 2024, metade do ritmo estimado em 2023. Esta desaceleração é atribuída ao efeito carry-over do segundo semestre de 2023 e às colheitas agrícolas moderadas. A redução gradual da inflação deverá permitir mais cortes nas taxas de juros, apoiando o investimento e o consumo a médio prazo. Espera-se que o PIB cresça 2,2% em 2025, apesar das restrições fiscais.
- México: O México deve experimentar uma desaceleração no crescimento, com previsões de 2,6% em 2024 e 2,1% em 2025, abaixo dos 3,6% em 2023. Embora a inflação tenha caído, ainda está acima da meta do banco central. Espera-se que os cortes nas taxas de juros progridam gradualmente.
- Argentina: A economia argentina deve se recuperar, com previsões de crescimento de 2,7% em 2024 e 3,2% em 2025, após uma recuperação da seca em 2023. No entanto, o país enfrenta incertezas econômicas e políticas significativas, com inflação alta e desvalorização da moeda.
- Colômbia: Prevê-se que o crescimento da Colômbia aumente de 1,2% em 2023 para 1,8% em 2024 e 3% em 2025, aproximando-se da taxa potencial de crescimento da economia.
- Chile: O Chile deve crescer 1,8% em 2024 após uma contração de 0,4% em 2023, com uma previsão de crescimento adicional para 2,3% em 2025.
- Peru: O Peru deve ter um crescimento de 2,5% em 2024 e 2,3% em 2025, após uma contração de 0,4% em 2023, com uma contribuição esperada do aumento da produção de cobre.