Os bancos reviram suas expectativas para o crescimento do crédito no Brasil, diminuindo a projeção para 2023, enquanto aumentaram ligeiramente as expectativas para 2024, conforme indicado pela última Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas.
Redução nas Projeções de Crédito para 2023 e Aumento para 2024
A estimativa para o crescimento da carteira de crédito total em 2023 foi ajustada de 7,4% em novembro para 6,9%. Este movimento de revisão para baixo foi mais notado na carteira livre de pessoa física, que passou de um crescimento esperado de 6,1% para 5,2%, e no crédito destinado às famílias, que caiu de 9,5% para 8,0%. A Febraban atribui essa revisão ao menor dinamismo observado nos últimos meses, especialmente nas linhas de crédito de maior risco, como as rotativas.
Por outro lado, as expectativas para 2024 são mais otimistas, com a projeção para o crescimento do crédito total subindo de 8,3% para 8,5%. A carteira de recursos livres espera-se que cresça 8,4%, impulsionada pela queda da taxa de juros e pela melhoria nos índices de inadimplência. O segmento de crédito direcionado também apresenta expectativas positivas, com projeção de aumento tanto para pessoas jurídicas quanto físicas.
Estabilidade na Inadimplência
A taxa de inadimplência da carteira livre manteve suas projeções estáveis tanto para 2023 quanto para 2024, indicando uma crença no mercado de que o pico da inadimplência já foi alcançado. Para 2023, a projeção se mantém em 4,9% da carteira, enquanto para 2024 espera-se uma leve queda, chegando a 4,6% ao final do ano.
Este ajuste nas expectativas reflete a desaceleração razoável no mercado de crédito em 2023, influenciada pela política monetária contracionista e eventos adversos no setor corporativo. No entanto, o cenário para 2024 parece mais promissor, com uma aceleração esperada no crédito, sustentada pela redução da taxa de juros e melhoria nos índices de inadimplência.
A pesquisa da Febraban, que compila as visões de 18 bancos, fornece uma visão valiosa sobre as tendências do mercado financeiro e serve como um indicador das expectativas do setor bancário para o comportamento das variáveis econômicas no futuro próximo.
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