Disparada de Pedidos Preocupa Autoridades
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrenta um desafio crescente com um número recorde de requerimentos de benefícios. Entre agosto e outubro, a média mensal de solicitações superou 1 milhão, um salto significativo em comparação com os meses anteriores do ano e com os anos anteriores à pandemia. Este aumento acende um alerta no governo, que vem implementando medidas para reduzir a fila de espera, que em outubro alcançou 1,674 milhão de requerimentos.
Análise dos Fatores e Estratégias de Resposta
Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, e outros especialistas estão analisando as causas deste aumento. Uma hipótese é o empobrecimento da população e a busca por benefícios previdenciários como alternativa às políticas públicas sociais. Outro fator é o aumento no número de idosos e pessoas com deficiência em condição de miserabilidade, elegíveis para o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Leonardo Rolim, ex-secretário de Previdência e consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados, ressalta a necessidade de mais tempo para confirmar se este aumento é uma tendência. Luís Eduardo Afonso, professor da USP, destaca a importância de investigar mudanças no perfil dos requerimentos, pois diferentes tipos de pedidos têm implicações distintas para os servidores do INSS e para as despesas públicas.
Rolim é otimista quanto à redução da fila com o pagamento de bônus aos servidores do INSS. Já o ministro da Previdência, Carlos Lupi, espera que a análise dos pedidos seja acelerada, alcançando a meta de 100% de análises dentro do prazo legal até o fim do ano e, eventualmente, reduzindo esse prazo para 30 dias em 2024.
O INSS destaca que nem todos os requerimentos resultam em concessão de benefícios, com aproximadamente 55% sendo aprovados e 45% negados por diversos motivos, como não atendimento aos critérios de elegibilidade.